quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Passagem

Era tarde de novembro, ele estava sentado sobre a janela de seu quarto observado a passagem de pessoas apressadas. Como podem continuar suas rotinas? Será que elas não percebem o que está por vir? Na sua cama dormia completamente nua, a conquista da última noite. Era tarde, era novembro. Ascendeu mais um cigarro enquanto observava a passagem de pessoas apressadas. Eles seguem suas rotinas, escolheram seus destinos e simplesmente seguiram.

Poderia ele fazer alguma coisa? Teria ele o dever de ajudar aquelas pessoas apressadas e que faziam a passagem? Talvez. Essas ideias martelavam em sua cabeça. Enquanto bebia, transava e se divertia as frases passavam diante dele como as luzes do letreiro do velho puteiro da rua cinco. “Esse não é o seu caminho, mas se quiser entre”.

Ele entrou, já era tarde, era novembro? As pessoas ali eram ainda mais apressadas. E seguiam ainda mais suas rotinas. Bebiam umas das outras, comiam umas as outras, eram carne, era visceral, era desejo, era tarde. Entrou, sentou no bar, bebeu, e quando ia a{s}cender mais um cigarro foi sugado para o meio da pista de dança. Eles o queriam.

Ali as luzes eram intensas, ele dançava e girava em meio a sons, seios, bebidas e luzes, a como as luzes eram intensas. De repente um clarão, um estouro e preto, tudo ficou preto. Sentado na janela de seu quarto ele se viu apressado, seguindo sua rotina. Ele fez a passagem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

"A Paz, A ciência, A Essência"