Era uma vez jovem em seu
primeiro dia de aula na escola nova. Não conhecia ninguém, tudo era novidade.
Ao entrar na escola, foi encaminhado a sua nova turma que se encontrava no
pátio, à espera que algumas formalidades diárias fossem cumpridas. Após os
recados da direção, iniciou-se um momento de oração e depois algumas reflexões
sobre alguns textos da bíblia.
Nosso jovem começou a se sentir estranho, era sexta-feira, vestia branco, olhava para aquela cena e não entendia muito bem o que se passava. Perguntou ao colega do lado o que era aquele momento e obteve como resposta: “Estamos orando, uai”. Ficou calado, observando tudo até que fosse dada a ordem para se encaminharem para a sala de aula.
Depois, em casa, em seu quarto, antes de fazer a lição, começou a refletir. Eu sei rezar, mas não é daquele jeito. Será que estou errado? Porque se na escola é daquele jeito, então o meu jeito deve estar errado!
Fez a lição e chamou sua mãe para que conferisse se estava tudo certo. No meio da correção o jovem ainda inquieto perguntou!
-Mamãe, o jeito que a gente reza é errado? -Claro que não, filho, porque a pergunta? - Lá na escola eles rezam diferente! - Mesmo sendo diferente, meu pequeno, não existe certo ou errado, existe o que te faz bem e te torna uma pessoa boa, entendeu? - Entendi, sim, mas é estranho ser o único diferente. - Não se ache estranho, pense que você é especial e não se importe com o que os outros pensem! - Tudo bem, mãe. Obrigado!
Assim passaram-se algumas semanas e a história se repetia. Porém, era mais uma sexta e de novo vestia branco. Já familiarizado com a escola e com os colegas, ele levantou a mão e perguntou a diretora.
- Quando será a minha vez de rezar? - Você pode rezar quando quiser.
- Mas eu não sei desse jeito, na minha igreja a gente reza diferente! - Diferente como? - Tem uns tambores, e o pessoal dança. É muito bonito.
- Deve ser mesmo, mas aqui na escola a gente reza assim, você vai ter que se acostumar. - Acostumado eu já estou, só queria passar para os meus colegas outras formas de rezar!
- Não temos tempo para isso, e afinal de contas, oração não depende de religião, tudo chega para Deus
da mesma maneira.
Nosso jovem voltou para o seu lugar e continuou prestando atenção, como fazia todos os dias. Novamente em casa, triste, nosso pequeno só conseguia pensar na cena que acontecera na escola.
Se lá é um local de ensino e aprendizagem, por que ele não poderia ensinar para meus colegas como ele reza? Se todas as orações levam a Deus, porque eles sempre fazem a mesma?
Adormeceu sem entender e provavelmente não vai entender por um bom tempo estas complicações de gente grande.